terça-feira, 15 de abril de 2014

Recrutamento da ONU - quanto tempo leva o processo?

Se você estiver considerando uma carreira na ONU procure ter um pouco de paciência com o processo porque a aplicação irá exigir muito esforço e tempo. Mas antes de começar, vamos esclarecer, que este post não tem o objetivo de criticar nem defender as políticas de recrutamento da ONU, mas apenas delinear alguns dos elementos do processo. Além disso, entenda que eu não estou representando a ONU de forma alguma e as informações fornecidas abaixo são meramente informações da minha experiência com a Lista de Vagas de Trabalho das Nações Unidas.

Para começar, vamos deixar claro que a ONU não é apenas uma organização, mas há uma família de diferentes organizações que formam a ONU. Consequentemente, também não há apenas uma experiência de recrutamento, então as coisas podem variar de organização para organização e até mesmo dentro das organizações com base em posto de trabalho ou departamento.


Quais são os principais fatores que influenciam o tempo que leva para o recrutamento de um candidato?

Período de Divulgação: Para ser justo com os candidatos e para conseguir uma grande divulgação das vagas a maioria dos anúncios de emprego vêm com uma data de encerramento. Esta data de encerramento depende da natureza do recrutamento, as diferentes agências, etc. Os prazos podem variar de 2 semanas a vários meses, conforme anunciado na vaga.

Lista longa: Um próximo passo típico no processo é verificar todos os candidatos e eliminar os candidatos que não cumprem os requisitos. Esta é a etapa em que os requisitos formais de um trabalho são verificados. Isso pode incluir os anos de experiência, os requisitos educacionais, experiência profissional relevante, etc. Dependendo do cargo anunciado, este pode ser um trabalho muito longo, já que há casos com centenas e até milhares de candidatos e algumas das verificações vai tomar tempo. Em alguns casos a revisão dessa lista é feita por um painel de pessoas para garantir a equidade. Isto pode adicionar mais tempo para o processo, uma vez que leva tempo para coordenar os horários dos membros do painel. Prazo: de alguns dias a várias semanas, dependendo do número de candidatos e exigências de trabalho.

Lista curta: Após o passo anterior a lista de candidatos ainda é muito longa. Neste passo, o desafio é garantir que os candidatos mais adequados serão convidados para um teste escrito. Isto significa que a lista longa passara por um refinamento mais detalhado e os candidatos serão comparados uns contra os outros em termos de sua qualificação e experiência. Na maioria dos casos a lista curta é feita por um grupo de funcionários para garantir a equidade. Isto pode adicionar mais tempo para o processo, uma vez que leva tempo para coordenar os horários dos membros do painel. Prazo: tipicamente em qualquer lugar entre uma semana a várias semanas.

Teste escrito: Para não depender apenas de entrevistas, em alguns casos, os candidatos são obrigados a passar por um teste escrito. Projetar, administrar, corrigir e marcar o teste pode ser uma tarefa de tirar várias semanas, se o trabalho é complexo e os candidatos estão espalhados por todo o mundo. Prazo: de poucos dias a várias semanas.

Entrevista: Este ponto é relativamente simples em termos de o que precisa acontecer. Um dos principais desafios é fazer com que todas as pessoas certas, ou seja, todos os candidatos, ter todos os membros do painel no mesmo fuso horário e verificar se eles são acessíveis ou seja, vão estar em um local com conectividade etc. Dependendo da complexidade do trabalho, vários rodadas de entrevistas podem ser conduzidas. Prazo: a partir de um dia a várias semanas.

Processamento pós entrevista: Neste período, algumas etapas do processo interno da ONU tem de ser concluídas. Em primeiro lugar, toma-se a decisão de qual será o candidato recomendado com base em resultados de testes e entrevistas, segundo a documentação tem de ser concluída, em terceiro lugar, há tipicamente em revisão independente do processo de candidatura na ONU para se certificar de que o processo foi transparente e justo e, finalmente, a oferta tem que ser produzida e assinado. Prazo: a partir de uma semana a vários meses, dependendo do cargo.

Entrando em contato com o candidato escolhido: O que acontece em seguida é que o candidato escolhido recebe uma proposta de trabalho. Às vezes, neste ponto o candidato escolhido já não está disponível e a segunda pessoa (ou mesmo terceira) na lista é contatada se considerada apta para o trabalho. Pode acontecer que nenhum dos candidatos seja apto para o trabalho e o processo tenha que recomeçar. E possível identificar esses casos, se for o caso você vai ver uma vaga dizendo "re-advertised". Não há necessidade de se recandidatar-se a uma vaga se você já aplicou na primeira rodada. Prazo: algumas horas a várias semanas.

O texto acima descreve o que acontece num processo de recrutamento padrão. O processo pode ser bastante diferente para programas como o Programa de Jovens Profissionais (YPP) na ONU ou o Programa Profissional Junior (JPO) e pode ser muito diferente para as vagas de alto nível. Se você quiser ter certeza de entender o processo que se aplica a seu caso, verifique com a organização que anuncia a vaga.



Algumas considerações a ter em mente durante este processo:

A menos que você seja convidado para uma entrevista é provável que você não vá receber nenhum contato da ONU. Eu não sei os detalhes de porque eles trabalham assim, mas é uma prática generalizada por isso é melhor não esperar receber uma dizendo que sua aplicação não será considerada.

Mesmo se você for entrevistado, você pode não estar receber notícias por um bom tempo depois de sua entrevista: A razão é simplesmente que, além do tempo de revisão de processos internos, as cartas para os demais candidatos só são enviadas quando o candidato escolhido já tiver assinado o contrato. Isso é para evitar o envio de uma carta pesar para o segundo candidato, e em seguida, oferecer-lhe um contrato no caso de o primeiro candidato não estar disponível para o trabalho.

Os processos podem demorar um pouco, especialmente se as coisas precisarem ser coordenadas internacionalmente. Tentar juntar especialistas para um painel de entrevista, de Nova York, Genebra e Nairóbi para entrevistar um candidato da Nova Zelândia pode ser bastante complicado, especialmente porque a maioria das pessoas envolvidas têm um trabalho regular e não são recrutadores dedicados.

As linhas acima descrevem o processo normal. Se houver quaisquer desafios no processo (por exemplo, um candidato que não pode ser encontrado para confirmar a data da entrevista etc.) atrasos adicionais podem ocorrer.

A questão de fundo é: Se você aplicar para um emprego na ONU faça alguma pesquisa sobre o tempo de recrutamento da organização. Ao aplicar, seja paciente, vai demorar um pouco. Além disso, uma vez que você fez a aplicação, continue a aplicar para outras vagas relevantes e não desanime se não der certo na primeira tentativa. Boa sorte!

Original

Um pouco além dos Resorts de Bávaro

Punta Cana ou a praia de Bávaro, onde passei meu R&R (rest and recuperation) na semana passada é lindíssima, com certeza. Mas como todo lugar muito turístico, suas areias estão lotadas de turistas em espreguiçadeiras e as águas ocupada por tantos barcos e aparatos para a diversão dos turistas que acaba perdendo boa parte do seu encanto, ao menos para mim. 
A paisagem está repleta de palmeiras, as águas são de um verde incrível mas são tantos Resorts e pessoas tentando te fazer entrar em shoppings que eu pouco me divirto nesses lugares. 

Praia em frente ao Hotel

Praia em frente ao Hotel. A a cor da água aqui já era linda.

Assim, na quinta-feira decidi que iria tentar chegar, caminhando, ate as 'piscinas naturais'  que ficam num canto mais retirado da praia. Caminhei por uma hora e meia, mas quando cheguei perto das piscinas achei melhor continuar para ver o que havia mais adiante. Foi a melhor ideia de todas, acabei por encontrar uma praia lindíssima, livre de Resorts e todo o tipo de atrativos turísticos. 


Sempre que vou à praia gosto de buscar aquele cantinho mais vazio, a praia mais deserta que poucas pessoas se dão ao trabalho de ir. Que surpresa inesperada aquela praia de aguas calmas e, obviamente, de uma cor linda em um local como Punta Cana. Não havia sequer um restaurante ou bar, poucas pessoas estavam por ali e os poucos barcos estavam apenas de passagem. 

Eis a melhor praia de Bávaro!




Passei o dia em êxtase, tomando banho de mar e mirando aquele horizonte de águas cor de esmeralda sem desejo algum de voltar para o resort, onde a nossa praia estava limitada por cordas e os vendedores não paravam de me perturbar. 

Queria poder me perder por ali inúmeras vezes, mas a verdade e que eu possivelmente não volte mais a este lugar. Ao menos não num futuro próximo. 



segunda-feira, 14 de abril de 2014

A difícil tarefa de chegar a Santo Domingo

No dia 06 de abril começou meu primeiro R&R (rest and recuperation), que são 5 dias de férias que devemos tirar a cada 8 semanas de trabalho. 
Eu fui passar a semana em Punta Cana e decidi que iria para Santo Domingo (SD) de ônibus por que o custo da passagem seria menor. 

Acordei as 6e30h para ir para a estação e parti no domingo as 8h da manhã de ônibus com expectativa de chegar a SD as 4h da tarde e possivelmente tomar o ônibus para Punta Cana no mesmo dia...
Ai se eu soubesse...

Chegamos a fronteira entre RepDom e Haiti em pouco mais de 2horas de viagem. Já haviam me prevenido que seria demorado na fronteira, então achei normal a espera de 2h para cruza-la. Só que depois destas duas horas de espera nos avisaram que havia um problema entre os sindicatos dos dois países e que teríamos que cruzar a fronteira a pé e tomar outro ônibus da própria empresa do outro lado. Até ai tudo bem, tinha uma esperança de chegar a SD em tempo.

Ao descer do ônibus me juntei a um grupo de militares brasileiros que iam de férias para RepDom também. Mal imaginava que seriam meus companheiros em meio a uma série de dificuldades até chegar a SD. 

O trajeto de 500m até o outro lado da fronteira não foi das coisas mais agradáveis, como tudo no Haiti havia muito lixo, sujeira e um cheiro bem desagradável a nos acompanhar. 

Logo que chegamos no posto de imigração Dominicano ficou claro que chegar a SD poderia ser uma tarefa difícil. Esperamos por mais de 1h sem nenhuma informação. Primeiro nos disseram que havia um ônibus vindo nos buscar e que chegaria dali a 1h (somando 2h de espera). Depois um senhor veio nos dizer que estavam preparando protestos no lado dominicano e que era pra vazarmos o quanto antes...

Por fim, acho que umas 3h horas depois a moca responsável pelo ônibus nos informou que havia um bloquei na estrada e que iriam retornar a PAP. A turma dos brasileiros decidiu que iria cruzar a fronteira e pegar um ônibus a SD. Achei que tomar um ônibus ruim pra SD seria melhor que passar meu primeiro R&R em PAP. 

Conseguimos uma van caindo aos pedaços, literalmente!!, por um preço nada barato para nos levar a uma cidadezinha próxima para tomar o ônibus. Segurança zero! um dos rapazes teve que ir no porta malas....

Já eram mais de quatro horas da tarde quando chegamos a estação de ônibus para tomar uma guagua ('e como os dominicanos chamam seus ônibus). 

Nossa Guagua partiu para SD lotada, ou assim pensávamos, mas no caminho foram enchendo ela ainda mais... E o motorista? Oh my god, dirigia feito um louco! Eu preferia nem olhar pra estrada porque estava morrendo de medo. 

Pra ajudar a fiscalização de imigração nos fazia parar a cada meia hora e mostrar os passaportes. Estávamos sem comer, cansados, com dores no corpo, num micro-ônibus super apertado (pensa no cheiro de asa)... Enfim, a viagem durou uma eternidade e chegamos a SD as 10h da noite, num cansaço tremendo. 
Como já estava tarde fomos todos pra um hotel no melhor estilo pulgueiro, que era nossa melhor opção a esta hora. Demos sorte que tinham 3 quartos pra podermos descansar. 

O dia acabou feliz pra mim por que no fim conseguimos pedir uma pizza e tinha uma cama pra dormir :)


No dia seguinte cada um de nós tomou seu rumo, as 9h tomei uma Guagua para Punta Cana. 



Galera cruzando a fronteira de mala nas costas.

Galera cruzando a fronteira de mala nas costas.

Galera cruzando a fronteira de mala nas costas.

O posto de imigração

Povo esperando para passar pro lado Dominicano

A vista da nossa minivan caindo aos pedaços

A vista da nossa minivan caindo aos pedaços, close no estado do para-brisas

Cidade no caminho até SD.

Sufoco no gua-gua superlotado. 

Projeto Aochan Creole

No último dia 05 de abril estive com meus colegas em Belair, uma das áreas mais pobres de PAP para assistir ao evento de comemoração de 4 anos do projeto Aochan Creole, da ONG Viva Rio.
O projeto e coordenado pela Aila, uma brasileira que vive aqui há quatro anos e faz um trabalho maravilhoso. Além do projeto em Belair ela e nossa professora de Samba e Dança Haitiana. Esse projeto trabalha a educação por meio da dança e aproximadamente 200 crianças são beneficiadas pelo projeto atualmente.

O espetáculo foi uma apresentação de dança Haitiana, a dança que tem ritmo movimento forte. A música está baseada em tambores e me lembra um pouco dos ritmos africanos no Brasil.


Parte da descrição do espetáculo, cujo nome é Quotidiano:
"O quotidiano de dificuldades é amplo, são diversas carências, falta água, energia elétrica, saneamento, educação, saúde... E os excessos, lixo acumulado, as inundações, a violência em diferentes escalas... Cada problema e a maneira de superá-los ou conviver com eles, é contado de forma poética, engraçada, indignante, comovente...
....
A reação se faz pela arte, o quotidiano é a cultura construía a cada dia. Cultura dinâmica, se reinventando sem diversidade, rica de ritmos, canções, danças, histórias e triunfos, de sucesso, de força coletiva, de beleza, de potencialidades de transformação positiva."











terça-feira, 1 de abril de 2014

Mergulho em Kaliko Beach

Ontem, 30/03/2014, fiz meus dois primeiros mergulhos. Havia tido um batismo horrivel em Porto de Galinhas dois anos atrás, tanto que pensei nunca mais mergulhar, mas desta vez foi bem diferente.




A experiencia foi incrível, fiz os dois mergulhos com um instrutor que me acompanhou o tempo todo. Este mergulho foi em águas bem rasas, creio que não passamos de 4 metros de profundidade, mas tinha um coral grande então já foi possivel descobrir um pouquinho como é o mundo submerso dos oceanos. O mais importante é que agora estou ainda mais motivada pra voltar a mergulhar.



Na parte da manhã estava bastante nervosa e atrapalhada com os equipamentos, com a respiração, um caos!

Mas pude ver algumas coisas no coral onde estava mergulhando, alguns seres muito diferentes, peixinhos lindos.

Já na parte da tarde foi muuuuito mais bacana, estivemos sumersos por varios minutos, vendo diversos peixes, os corais, as "plantas" marinhas, a visibilidade estava muito boa, enfim, foi bom demais.

Além do mergulho ter sido maravilhoso, a vista da praia era espetacular! A água incrivelmente azul, é de uma beleza impressionante.